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domingo, 19 de janeiro de 2014

[CRÍTICA] - Clube de compras Dallas (Dallas Buyers Club)


O que dizer de um sujeito grotesco, preconceituoso, machista, que vive entre o trabalho como eletricista e a gandaia entre mulheres, bebidas, cocaína, sexo e rodeios? Muitas pessoas preferem se silenciar, já outras podem dizer que não passa de um pobre coitado. Pois bem, este sujeito se chama Ron Woodroof (Matthew McConaughey) e ele lhe convida para o Clube de compras Dallas. - Bom, na verdade, ou você tem U$400 dólares ou não é sócio do clube.


Woodroof foi diagnosticado com AIDS em 1986 durante uma das épocas mais obscuras da doença. Embora os médicos tenham lhe dado apenas 30 dias de vida, Woodroof se recusou a aceitar o prognóstico e criou uma operação de tráfico de remédios alternativos.

Por: Tibério Lamboglia.



O filme já começa mostrando Woodroof fazendo sexo com uma garota embaixo das arquibancadas durante um espetáculo de rodeio, e em seguida mostra ele e seus amigos jogando poker por dinheiro e criticando sobre o ator Rock Hudson, que está em um hospital de Paris com Aids, segundo os jornais. Para Woodroof, todas as pessoas que tem a doença são uns “viados que curtem chupar pau” e que merecem se ferrar. No dia seguinte em seu trabalho, Woodroof é chamado para desligar uma caixa de registro e o inesperado acontece. Woodroof se acorda em um hospital e é diagnosticado com o vírus HIV e que tem apenas 30 dias para colocar os seus assuntos em dia. Indignado por ser comparado com o ator Rock Hudson e ainda espantado com a notícia, Woodroof não acredita no médico e diz que "não existe nada que possa matar o maldito Ron Woodroof em 30 dias". 



Com a notícia martelando em sua cabeça, Woodroof decide fazer uma pesquisa sobre a doença em uma biblioteca de Dallas e... BINGO! Ele descobre que o HIV é transmitido de diversas maneiras e se desperta da sua dantesca ignorância. Desesperado por saber que realmente tem o vírus, ele descobre que há um remédio (AZT) para a doença e que podia pagar por ele, mas que não era possível, pois o medicamento era de uso controlado e ainda estava sendo testado. O remédio também era somente liberado apenas para os pacientes que não estivessem com grandes chances de morrer em pouco tempo, o que não era o caso de Woodroof.

A partir daí, Woodroof finalmente tem um objetivo em sua vida: o de se manter vivo. Muito mais desesperado do que antes, ele faz um acordo com o enfermeiro do hospital em que foi atendido. Ele paga ao enfermeiro pelo remédio. Um mês se passou e Woodroof ainda estava de pé. Não de um forma saudável, mas estava. A fonte no hospital não estava mais dando certo, então o enfermeiro lhe dar o nome de um médico que se encontra no México e diz que lá ele pode encontrar o AZT. É então que ele conhece Rayon (Jared Leto)que de uma forma leve conseguiu se tornar sócio e amigo de Woodroof.














É aqui que a história aumenta um ponto a mais, pois começa a fazer uma crítica a indústria farmacêutica (FDA) e aos seus lobistas. Woodroof vai ao México e descobre que o AZT só piorava a situação de quem tem o vírus, e que quem só ganhava era quem vendia o remédio. De doente para oportunista, ele descobre qual o remédio deve ser usado e começa a fazer um esquema de sair com os remédios do México para os USA sempre alegando que era de consumo próprio. Jogada certa! Woodroof começou a ganhar em cima e ao mesmo tempo os hospitais começaram a esvaziar. Não demorou muito para a polícia cair em cima e confiscar os produtos (vitaminas e minerais) que não eram aprovados pelo FDA. 

Dallas Buyers Club faz uma crítica ao preconceito contra os gays onde a partir do momento em que Woodroof tá com o vírus, ele começa a sentir todo esse sofrimento que é causado por pessoas ignorantes que outrora ele já foi e também uma excelente crítica a indústria farmacêutica onde outros países permitem outros medicamentos para os mesmos fins e afirmando que eles são eficazes. Mostrando também que a pessoa é livre para poder escolher qual o medicamento ela quer usar para seu tratamento. Woodroof passou de oportunista para um ativista não-intencional. De anti-herói para herói descobrindo que a partir do momento em que convivemos com diferentes tipos de pessoas percebemos algo que somente a vida é capaz de nos ensinar com o tempo: de que somos todos iguais.

As atuações de Matthew McConaughey e Jared Leto são impecáveis. Ambos conseguiram dar vida e dramatizar muito bem o sofrimento de seus personagens. As premiações para esses dois atores não foram a toa.  

  

 
  








Trailer:

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